Código
RC006
Área Técnica
Cirurgia Refrativa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital da Visão Santa Catarina
Autores
- CAROLINE AKEMI SUE (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO DOS REIS SPADA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CERATITE HERPETICA EM POS OPERATORIO RECENTE DE PRK
Objetivo
Descrever um caso incomum de ceratite herpética em pós operatório recente de PRK.
Relato do Caso
Paciente feminina, 32 anos, usuária de lentes de contato gelatinosas há mais de 10 anos e refração pré-operatória OD -5,00esf -1,00cil a 45º e OE -5,00esf -1,00cil a 170º. História prévia ocular ou sistêmica negativa para herpes. Ao exame, olho direito sem alterações e olho esquerdo (OE) com 2 nubéculas em região superior da córnea, Break Up Time Test 8 segundos em ambos olhos (AO). Demais exames sem alterações. Realizado PRK em AO sem intercorrências e aplicação de lentes de contato terapêuticas (LCT) ao final da cirurgia. Prescrito colírio de Dexametasona + Moxifloxacino 6/6h 28 dias, Cetorolaco Trometamina 8/8h 2 dias e Hialuronato de Sódio 2/2h 90 dias. 1º pós-operatório (PO): paciente sem queixas, epitélio em fechamento (30%) e córnea sem infiltrados. Após 2 dias apresentou desconforto ocular, hiperemia conjuntival 1+, edema corneano 1+, desepitelização, opacidade centro-inferior sem aspecto infiltrativo infeccioso bacteriano, ausência de hipópio e de reação de câmara anterior em OE, sugestivos de ceratite herpética. Iniciado Aciclovir via oral 2g/d, mantido moxifloxacino, redução do corticoide para 12/12h e suspensão da LCT. Paciente evoluiu com melhora da dor ao longo dos dias e no 7º PO apresentou somente irregularidade corneana e 4 pontos de infiltrado subepitelial, porém sem edema e com epitélio 100% fechado. Os colírios foram reduzidos gradativamente até suspensão. 42º PO com acuidade visual (AV) OE 20/25, leucoma residual inferior e discreto encurvamento na topografia. Após 4 meses, houve melhora da irregularidade corneana e AV OE 20/20 com refração subjetiva -0,25cil a 45º.
Conclusão
A ceratite herpética pós PRK é um evento incomum. Estudos relatam incidência de 0,14% e consideram a reativação do HSV um efeito direto da radiação ultravioleta do Excimer Laser. Apesar desta complicação poder ocorrer mesmo em indivíduos sem histórico de doença ocular herpética prévia, pacientes com história positiva podem se beneficiar de profilaxia antiviral oral pré-cirúrgica.