Código
RC118
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Policlínica de Botafogo
Autores
- FERNANDA SANTOS CIRAUDO (Interesse Comercial: NÃO)
- Andreia do Couto Morais (Interesse Comercial: NÃO)
- Rodrigo Leite Morizot (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ONCOCITOMA DE CONJUNTIVA: RELATO DE UM CASO RARO NA OFTALMOLOGIA
Objetivo
Destacar a necessidade da atenção dos oftalmologistas para um exame acurado da superfície ocular, conjuntiva, carúncula e anexos na biomicroscopia para auxílio no diagnóstico diferencial e precoce de lesões suspeitas com o correto manejo das mesmas. Nesse trabalho vamos relatar um caso raro de oncocitoma de conjuntiva.
Relato do Caso
Mulher, 74 anos, branca atendida na Policlínica de Botafago (RJ) em fevereiro de 2021 com relato de lesão de conjuntiva de coloração rósea em canto medial de olho esquerdo indolor, aderida e extensão de aproximadamente 18x20mm provocando limitação da adução e sem alterações no olho contra lateral. Paciente notou surgimento da lesão quatro meses antes do atendimento com crescimento rápido nos últimos meses. A mesma negou histórico de traumas e cirurgias oftalmológicas. Optamos pela ressecção cirúrgica com margens amplas, proporcionando a recuperação da motilidade ocular adequada. Histopatológico compatível com diagnóstico de oncocitoma de conjuntiva confirmado com estudo de Imuno-histoquímica.
Conclusão
Trata-se de uma lesão pouco frequente no olho que pode ter origem na carúncula, conjuntiva, glândula lacrimal, saco lacrimal, assim como de outras estruturas glandulares e mucoides do corpo humano. Tipicamente configura uma lesão benigna, contudo, casos esporádicos de adenocarcinoma oncocítico de saco lacrimal e glândula lacrimal já foram descritos na literatura. A incidência estimada de oncocitoma ocular é de 0,3/1.000.000 casos por ano. Os diagnósticos diferenciais são: nevus, papiloma escamoso, hiperplasia de glândula sebácea, granuloma piogênico, melanoma, linfoma, carcinoma de células nasais e carcinoma escamoso. Frente à ampla possibilidade diagnóstica, raridade e risco de tratar-se de lesões malignas com alta morbimortalidade, deve-se optar pela ressecção cirúrgica com margem de segurança e avaliação histológica e imundo-histoquímica, além do acompanhamento oftalmológico regular.