Sessão de Relato de Caso


Código

RC231

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)

Autores

  • RAFAEL ERTHAL ALVES ROBBS (Interesse Comercial: NÃO)
  • Thiago Sande Miguel (Interesse Comercial: NÃO)
  • Maurício Bastos Pereira (Interesse Comercial: NÃO)

Título

Oftalmia Simpática Após Trauma Por Acidente Automobilístico

Objetivo

Relatar um caso de Oftalmia Simpática (OS) iniciado 2 anos e 9 meses após acidente automobilístico. O paciente apresentou inúmeras recorrências ao longo do tratamento apesar do uso de corticóide e imunossupressores.

Relato do Caso

DEJ, masculino, 50 anos, sofreu acidente automobilístico em janeiro de 2016 com trauma grave em olho esquerdo, sendo submetido a cirurgia de evisceração no atendimento imediato. Em outubro de 2018, abriu quadro de diminuição da acuidade visual com acuidade de 20/80 no olho direito, hiperemia conjuntival, celularidade na câmara anterior e flare 3/4+, com precipitados ceráticos difusos, vitreíte (Figura 2) e nódulos de Dálen-Fuchs na meia periferia da retina nasal (Figura 1). Paciente foi admitido em hospital universitário para pulsoterapia com metilprednisolona por 3 dias, recebendo alta com prednisona oral e prednisolona colírio com esquema de desmame em 3 meses. Em janeiro de 2019, paciente apresentou recorrência do quadro de baixa acuidade visual com panuveíte no olho direito, sendo necessária nova internação para pulsoterapia com metilprednisolona. Após a alta hospitalar, iniciou-se azatioprina para redução da prednisona oral e prescrito com prednisolona colírio com redução progressiva. Ao longo de 1 ano, paciente apresentou 3 episódios de recorrência da uveíte anterior caracterizadas por hiperemia ocular, celularidade e flare sempre após a suspensão da prednisolona tópica, sendo necessário mantê-la continuamente mesmo na vigência da azatioprina.

Conclusão

A OS é uma panuveíte granulomatosa, difusa, rara e potencialmente devastadora, geralmente após trauma ocular cirúrgico ou não cirúrgico, sendo uma complicação incomum e grave do trauma (1:14.000). A OS é uma entidade potencialmente grave. Um alto índice de suspeição é fundamental para garantir o diagnóstico precoce e o início do tratamento, de maneira que qualquer uveíte após trauma ocular deve alertar o oftalmologista para essa possibilidade.

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