Código
RC110
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- ANA PAULA COUTO MOREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- EMERSON MONTEIRO TAVARES DE LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- GIOVANNA PROVENZANO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MAMILAÇOES DA IRIS E MELANOCITOSE OCULAR CONGENITA – UM RELATO DE CASO
Objetivo
Auxiliar na identificação de mamilações da íris e discutir sua associação com melanocitose ocular congênita, ressaltando possíveis complicações desta condição incomum e a importância do acompanhamento regular desses pacientes.
Relato do Caso
Paciente feminina, 16 anos, portadora de líquen plano, em uso de Metronidazol 500mg 2x/dia, assintomática, é encaminhada para avaliação oftalmológica de rotina. Sem antecedentes oftalmológicos ou outras comorbidades. Ao exame, acuidade visual corrigida de 20/20 em ambos os olhos (-1,50 DE em olho direito e -1,75 DE em olho esquerdo). À biomicroscopia, apresenta olho direito sem alterações e olho esquerdo com melanocitose episcleral em regiões temporal-superior e inferior, associada a hipercromia e mamilações de íris. Pressão intraocular de 10 e 11 mmHg. Fundoscopia normal, com escavação de disco óptico 0,2x0,2 em ambos os olhos.
Conclusão
Mamilações da íris são lesões raras, descritas como pequenas protuberâncias viteliformes, geralmente unilaterais, regularmente espaçadas na superfície de uma íris desprovida de criptas. Podem ser isoladas ou associadas a outras condições, como melanocitose ocular congênita. Esta condição, por sua vez, é caracterizada pelo aumento do número, tamanho e pigmentação de melanócitos na esclera e na úvea. A melanocitose ocular congênita pode apresentar hiperpigmentação trabecular, associando-se ao glaucoma em aproximadamente 10% dos casos, além de ser um fator predisponente importante para o melanoma uveal, justificando o acompanhamento regular a longo prazo do segmento anterior e posterior desses pacientes.