Código
RC112
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual de Londrina
Autores
- BEATRIZ IRIS DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELLA REGINA GANHO SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
- THALIA MACARIS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LINFOMA DE CELULAS T/NK EXTRANODAL - RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar o caso de um paciente portador de Linfoma de células T/NK extranodal tipo nasal com diagnóstico primário de celulite periorbitária do olho direito.
Relato do Caso
J. L. L., 53 anos, diagnóstico de celulite periorbitária em olho direito (OD) com acometimento de seio maxilar e etmoidal à direita (D). Há 1 mês iniciou com dor em segundo dente pré-molar superior à D com suspeita primária de abscesso odontogênico. Submetido à exodontia, drenagem com biópsia local e cultura com Escherichia coli, já em uso de antibioticoterapia adequada. Evoluiu com proptose grave de OD e sofrimento de nervo óptico por compressão local, sendo submetido à descompressão orbitária à D e biópsia tecidual, sugestiva de infecção fúngica. Diante disso, encaminhado ao nosso serviço com suspeita de mucormicose. Em primeira consulta queixou-se de dor em OD e perda de peso não quantificada. Ao exame, evidenciou-se proptose, edema palpebral 4+/4 e ausência de abertura ocular ativa (Figura 1). Acuidade visual em OD sem percepção luminosa. Biomicroscopia mostrou quemose superior e inferior 4+/4, midríase fixa e secreção mucoide em fundo de saco. Fundoscopia com retina pálida, colada e opacificação de meio. Olho esquerdo sem particularidades. Em discussão com demais clínicas, optou-se pela exenteração de OD, maxilectomia medial D e debridamento de seios paranasais à D com coleta de material para investigação (figura 2). Imuno-histoquímica revelou neoplasia linfoproliferativa de células T intermediárias a grandes em mucosa extensamente ulcerada, favorecendo linfoma de células T/NK extranodal tipo nasal. Diante deste diagnóstico, transferido ao hospital de referência em tratamento oncológico para seguimento clínico.
Conclusão
O caso mostra a importância do diagnóstico diferencial em pacientes com edema periorbitário complicado. Apesar de menos comum, o linfoma deve ser lembrado em casos refratários ao tratamento clínico e de evolução mais agressiva. Além disso, nota-se a necessidade de equipe multidisciplinar e acesso a exames complementares para tratamento adequado.