Título

HIPERTENSAO INTRACRANIANA IDIOPATICA EM PACIENTE PEDIATRICO: RELATO DE CASO

Objetivo

A hipertensão intracraniana idiopática (HII) é caracterizada por aumento da pressão intracraniana na ausência de alterações morfológicas e fisiológicas em paciente com nível de consciência preservado, afetando principalmente mulheres jovens acima do peso. Relata-se caso de HII pela necessidade de trazer à tona maiores discussões acerca dessa rara condição.

Relato do Caso

Feminino, 13 anos, obesa, buscou oftalmologia, queixando-se de cefaléia e baixa de ACV há 10 dias. Referia cefaleia holocraniana moderada, sem náuseas, vômitos e escotomas. Ao exame, bom estado geral, consciente, orientada, afebril e eupneica. Pupilas isocóricas, fotorreagentes e com discreto defeito pupilar aferente relativo à direita. ACV sem correção e com correção era de 20/70 em OD e 20/60 em OE. Na refração, apresentava -0,25 em AO e biomicroscopia normal. PIO de 14 em AO às 15 horas. Fundoscopia com edema bilateral de papila, discos ópticos com margens mal definidas, apagamento dos vasos, ausência de pulsação venosa espontânea, presença de hemorragias superficiais em pólo posterior e estrela macular em OD. Iniciada terapia com acetazolamida 250 mg de 8/8 horas e ibuprofeno. Na TC, presença de herniação liquórica para interior da sela túrcica e ausência de tumorações. Punção lombar com pressão de abertura de 300 mmH2O. Realizado seguimento com neurologia e neurocirurgia, mantendo cefaléia. ACV piorou para 20/80 em OD e 20/70 em OE. Optou-se por implante de derivação liquórica temporária. ACV melhorou para 20/50 e 20/40 e a cefaléia cessou. Após 30 dias, houve melhora importante da fundoscopia e a visão atingiu 20/30 e 20/25p-2. A hipótese diagnóstica foi de HII relacionada à obesidade. Atualmente, realiza acompanhamento com equipe multiprofissional.

Conclusão

Tendo em vista que a perda de visão é a principal morbidade da HII, percebe-se a importância do conhecimento da patologia e de sua evolução clínica a fim de reduzir desfechos negativos.