Sessão de Relato de Caso


Código

RC224

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)

Autores

  • ERMES RODRIGUES MACHADO FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
  • Thiago Sande Miguel (Interesse Comercial: NÃO)
  • Mauricio Bastos Pereira (Interesse Comercial: NÃO)

Título

DOENÇA DE VOGT-KOYANAGI-HARADA DIAGNOSTICADA EM MEMBROS DE UMA MESMA FAMILIA

Objetivo

Relatar dois casos de doença de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH) diagnosticados em primas do sexo feminino. A avaliação foi complementada com retinografia, angiofluoresceinografia e tomografia de coerência ótica (OCT).

Relato do Caso

Caso 1 Paciente A.L.P., sexo feminino, 33 anos apresentou cefaléia iniciada 05 dias antes da consulta, turvação visual, fotofobia e zumbido 01 dia após. AV: 20/50 no OD e 20/60 no OE. Biomicroscopia: precipitados ceráticos granulomatosos discretos em ambos os olhos. Pressão intra-ocular (Pio): 13/12 mmHg. Fundo de olho (FO): Discos ópticos hiperemiados, borrados e simétricos com descolamento retiniano seroso inferior a macula. Caso 2 Paciente T.L.M. mulher, 45 anos iniciou quadro de turvação visual, zumbido, cefaléia e vertigem 8 dias antes do atendimento. AV: 20/50 no OD e 20/50 no OE. Biomicroscopia: hiperemia conjuntival 2+/4+. Pio: 12/12 mmHg. FO: Discos ópticos edemaciados, relação escavação/disco de difícil avaliação, vasos tortuosos, máculas livres e descolamento exsudativo retiniano inferior a macula. Foi realizada corticoterapia via oral (prednisona 2mg/kg/dia) em ambas as pacientes com melhora do quadro sintomático após 3 semanas com posterior seguimento ambulatorial.

Conclusão

A Doença de VKH é uma uveíte bilateral comumente associada a quadros sistêmicos caracterizados por sintomas auditivos, meningíticos ou cutâneos. O descolamento exsudativo retiniano pode estar presente. As pacientes do presente relato eram primas e ambas apresentavam sintomas sistêmicos como zumbido, vertigem e cefaléia associados à turvação visual e fotofobia, manifestações típicas da VKH, que costuma cursar com alterações no antígeno de histocompatibilidade. O diagnóstico foi fechado pela associação do quadro clínico com exames de imagem que evidenciaram descolamento seroso retiniano, edema de papila e múltiplos pontos hiperfluorescentes a partir do epitélio retiniano. Diante disso, para que não ocorra atraso na propedêutica desses pacientes, a hipótese de VKH deve ser considerada quando sintomas sistêmicos vêm associados à baixa acuidade visual.

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