Código
RC123
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa Hospital Nossa Senhora da Saúde (Hospital da Gamboa)
Autores
- MARCOS VINICIUS DE OLIVEIRA FERNANDES (Interesse Comercial: NÃO)
- EVANDRO GONÇALVES DE LUCENA JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIETA MICHERIF FILGUEIRAS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOPATIA POR RADIAÇAO: ANALISE MULTIMODAL
Objetivo
Relatar caso de paciente que desenvolveu retinopatia por radiação após o tratamento de melanoma de coróide com radioterapia estereotáxica em olho direito (OD), expondo o quadro com análise multimodal.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 19 anos, branca, apresentou diagnóstico de melanoma de coróide em OD, temporal superior à mácula, confirmado após biópsia de coróide por VVPP em março de 2017. Foi realizado tratamento com radiocirurgia estereotáxica de acordo com o protocolo de 50GY em 5 sessões de 10GY. Houve involução progressiva da lesão com diminuição volumétrica de 40%, fibrose intralesional, absorção de melanina e aplicação da retina. Após 6 meses do tratamento radioterápico, foi retirado óleo de silicone. Evoluiu com Hipertensão Intraocular tardiamente e foi tratada com Bevacizumab Intravitreo. Após 5 meses foi observada palidez de disco óptico (DO), edema macular cistoide (EMC), hemorragias intrarretinianas, microaneurismas e exsudatos algodonosos, configurando quadro de retinopatia radioativa. Após tratamento com 3 injeções intravítreas de Aflibercept, houve regressão do EMC. A paciente perdeu seguimento clínico em dezembro de 2019 e retornou em fevereiro de 2021 com AV de 20/800 em OD. Ao OCT e AngioOCT de OD apresentava EMC grave e grande área de exclusão capilar nos plexos superficial e profundo. Atualmente segue com tratamento para controle do quadro com Aflibercept intra-vítreo.
Conclusão
A retinopatia por radiação é uma complicação frequente e grave após radioterapia ocular. Normalmente se desenvolve entre 6 meses a 3 anos após o tratamento, em sua apresentação clínica podemos observar EMC, neovascularização, exsudatos algodonosos, microaneurismas, telangectasias capilares e edema do DO. É importante observarmos os diagnósticos diferenciais como retinopatia diabética, que é muito mais comum e tem expressão clinica semelhante. Destacamos ainda a importância do acompanhamento clínico do paciente submetido a radioterapia e com risco de retinopatia por radiação, para controle do quadro e mitigação da perda visual.