Código
RC172
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
Autores
- ISADORA ANTUNES (Interesse Comercial: NÃO)
- AMANDA GEARA (Interesse Comercial: NÃO)
- LEONARDO SCHIOCHET (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HIPERTROFIA CONGENITA DO EPITELIO PIGMENTAR DA RETINA, TIPO BEAR TRACK: RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar o caso de um paciente com hipertrofia congênita do epitélio pigmentar da retina (CHRPE), tipo Bear Track.
Relato do Caso
J.P.B, 21 anos, sexo masculino. Paciente com diagnóstico prévio de esclerose tuberosa, vem para consulta oftalmológica de rotina. Apresentava melhor acuidade visual corrigida de 20/40 à direita e 20/20 à esquerda. Sem alterações à biomicroscopia, porém, ao exame fundoscópico evidenciavam-se lesões hiperpigmentadas na retina de ambos os olhos, conforme ilustrado (figuras 1 e 2).
Conclusão
A CHRPE do tipo Bear Track é uma condição oftalmológica rara, congênita, geralmente unilateral, com achados fundoscópicos típicos. Caracteriza-se por lesões hiperpigmentadas pequenas, circunscritas e planas do epitélio pigmentar da retina (EPR), que se tornam maiores à medida que avançam para a periferia. Clinicamente, essa patologia não implica em consequências funcionais para o paciente, o qual geralmente apresenta acuidade visual, campimetria e visão de cores dentro da normalidade. Na angiografia fluoresceínica as lesões aparecem hipofluorescentes, semelhantes a pegadas de urso, justificando o nome dessa condição. Atualmente sabe-se que a Bear Track tem caráter benigno e não progressivo, apesar de nos primeiros relatos da doença acreditar-se estar relacionada à polipose adenomatosa familiar, síndrome de Gardner e câncer intestinal. Diante de um caso de CHRPE é importante afastar patologias que se assemelham fundoscopicamente, dentre elas, nevo, melanoma de coroide, cicatrizes coriorretinianas e hematoma subrretiniano, visto que podem estar relacionadas a maior gravidade. Apesar de raras, complicações podem estar presentes, tais como membrana neovascular de coroide, adenoma e adenocarcinoma, razão pela qual os pacientes devem ser acompanhados a longo prazo.