Código
RC168
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- VINICIUS SANDE MIGUEL (Interesse Comercial: NÃO)
- Thiago Sande Miguel (Interesse Comercial: NÃO)
- Mauricio Bastos Pereira (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FOSSETA COLOBOMATOSA DE PAPILA ASSINTOMATICA DOCUMENTADA POR AUTOFLUORESCENCIA E TOMOGRAFIA DE COERENCIA OPTICA.
Objetivo
Relatar o caso incomum de um paciente sem patologias oftalmológicas prévias diagnosticado com fosseta colobomatosa de papila assintomática.
Relato do Caso
Paciente masculino, 14 anos, assintomático, encaminhado para avaliação de fundo de olho devido à alteração em disco óptico. Acuidade Visual: 20/20 em ambos os olhos (AO). Biomicroscopia: sem alterações. Pressão intra-ocular 11 mmHg AO (9h). Fundoscopia: Disco óptico (DO) com lesão escavada na borda temporal inferior em olho esquerdo. Periferia retiniana com áreas de degeneração lattice, áreas de branco sem pressão temporal em ambos os olhos e presença de buracos atróficos retinianos às 10 h em olho direito. Quadro documentado com retinografias colorida, anéritra, autofluorescência e tomografia de coerência óptica, com seguimento clínico e conduta conservadora.
Conclusão
A fosseta colobomatosa de papila é caracterizada pela presença de escavações isoladas na cabeça do disco óptico secundárias a um distúrbio no desenvolvimento da papila epitelial primitiva. Sua incidência é de 1:10.000 pessoas sem predileção sexual ou racial. Apresenta-se, na maior parte das vezes, de forma assintomática, unilateral em 85-95% dos casos e raramente com mais de uma fosseta por disco. No presente relato, demonstramos os achados da autofluorescência e da tomografia de coerência óptica (OCT) que não evidenciaram acometimento macular, mas sim a presença de pequena área de descolamento seroso temporal inferior ao disco óptico. A fosseta colobomatosa é assintomática na maioria das vezes, mas caso exista descolamento seroso macular secundário a essa, o prognóstico torna-se reservado para os que não recebem tratamento e, quando crônico, pode levar a uma visão pior que 20/200 em 80% dos casos. A autofluorescência e a OCT são valiosas para o estudo das alterações maculares relacionadas as fossetas, sendo fundamentais na terapêutica desses casos a fim de se evitar diagnósticos tardios com repercussões oftalmológicas mais severas.