Sessão de Relato de Caso


Código

RC218

Área Técnica

Trauma Ocular

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital São Geraldo/ HC UFMG

Autores

  • JULIA CALIXTO GUIMARAES GIFFONI (Interesse Comercial: NÃO)
  • ESTHER MANSUR PANTUZZO (Interesse Comercial: NÃO)

Título

TRAUMA OCULAR POR FERRAO DE ABELHA: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de trauma por ferrão de abelha em córnea com bom prognóstico visual apesar da gravidade e toxicidade do veneno

Relato do Caso

GMS, 54 anos, homem, procurou a urgência com dor e baixa acuidade visual após ferroada de abelha em olho direito (OD) há 08 horas. Acuidade visual (AV): 20/200 em OD. À biomicroscopia, ferrão transfixando córnea em região temporal superior, edema local e desepitelização. Fundo de olho sem alterações. Tentou-se retirada do ferrão em lâmpada de fenda, sem sucesso. Realizada retirada em bloco cirúrgico com sutura de córnea. No pós-operatório, identificado Seidel positivo e colocado lente de contato terapêutica. Prescritos dexametasona e atropina tópicos, além de moxifloxacino tópico e ciprofloxacino oral profiláticos. Foi acompanhado ambulatorialmente mantendo boa evolução clínica. Apesar do leucoma corneano em local do ferrão, recebeu alta com AV 20/20 em OD e sem sinais de infecção ocular, demonstrando sucesso no caso conduzido no pós-operatório apesar da gravidade e toxicidade do veneno.

Conclusão

Trauma por ferroada de insetos engloba 3 fatores: penetração ocular, efeitos tóxicos e imunológicos. O distúrbio visual ocorre pela ferroada em si e pelos componentes liberados pelo veneno. No atendimento inicial é importante atentarmos sobre o estado vacinal para o tétano. É fundamental avaliarmos a AV antes do início do tratamento, além de realizarmos a biomicroscopia e a fundoscopia para diagnosticarmos complicações como hifema, hipópio, alterações cristalinianas. A remoção do ferrão retido pode ser difícil requerendo, às vezes, intervenção cirúrgica como foi o caso relatado. É necessário o uso de analgésicos e ciclopégicos, bem como antibioticoterapia tópica e sistêmica uma vez que a ferroada de abelha na córnea associa-se com complicações infecciosas, incluindo ceratoconjuntivite mucopurulenta e hipópio. A ferroada de abelha provoca edema corneano importante e deixa uma cicatriz corneana entre 4-6 semanas mesmo após a remoção do ferrão como aqui demonstrado e que felizmente não interferiu na AV final com ótimo resultado.

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