Código
RC234
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade São Leopoldo Mandic
Autores
- FELIPE FONSECA ARRAES CHATER (Interesse Comercial: NÃO)
- JAMIL MIGUEL NETO (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO JOSÉ MONICI VILLELA DOS REIS FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: CORIORRETINITE POSTERIOR PLACOIDE SIFILITICA AGUDA
Objetivo
Relatar a evolução anatômica e funcional de um paciente com coriorretinite posterior placóide sifilítica aguda (CPPSA).
Relato do Caso
Paciente, 31 anos, sexo masculino, natural de São Paulo (SP), queixando-se de redução progressiva da acuidade visual em ambos os olhos (AO) há 10 dias. Antecedente pessoal de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) em terapia antirretroviral. Ao exame: Acuidade visual (AV) sem correção de conta dedos a 4 metros em olho direito (OD) e 0,2 em olho esquerdo (OE), sem melhora com correção refracional. À biomicroscopia do segmento anterior: olho calmo, córnea transparente com precipitados ceráticos finos e reação de câmara anterior (RCA) +/4 em AO. À fundoscopia (FO): retina aplicada com lesão placóide branco amarelada plana peripapilar e macular em AO. Realizada retinografia e angiofluoresceinografia com hipofluorescência precoce e hiperfluorencência tardia por impregnação em topografia da lesão, além de staining em disco óptico em AO. A tomografia de coerência óptica spectral-domain (SD-OCT) evidenciou ausência da linha de junção dos segmentos internos e externos de fotorreceptores (SI/SE), bem como da membrana limitante externa (MLE) e um aspecto pontilhado do epitélio pigmentar da retina (EPR). Solicitado VDRL (1/128) e TPHA reagente. Sorologias para hepatites B e C não reagentes. Provas reumatológicas normais e análise liquórica sem particularidades. Iniciado tratamento com colírios acetato de prednisolona e tropicamida; terapia antibiótica endovenosa com Ceftriaxone 2g/dia por 14 dias e prednisona a partir do quinto dia. Complementado esquema com Penicilina Benzatina por 3 semanas. Reavaliação ao término do tratamento com AV 0,7 em OD e 0,8 em OE, com melhora do aspecto retiniano à FO e SD-OCT.
Conclusão
A sífilis é considerada a “grande imitadora”, podendo mascarar inúmeras condições oculares. Descrita em 1988, a CPPSA caracteriza-se por lesões amareladas e mal definidas em pólo posterior apresentando bom prognóstico visual desde que o tratamento seja instituído precocemente.