Código
RC089
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Penido Burnier
Autores
- MILLENA DE ARRUDA SOUSA PACHECO (Interesse Comercial: NÃO)
- VALDEZ MELO DOS ANJOS FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDA NONATO FEDERICI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RESOLUÇAO DE DEFEITO DE CAMPO VISUAL EM ADOLESCENTE COM MACROPROLACTINOMA TRATADA COM CABERGOLINA
Objetivo
Relatar o caso de uma adolescente com defeito de campo visual causado por macroprolactinoma e melhora sintomática importante após 30 dias de tratamento com Cabergolina.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 12 anos, com queixa de baixa acuidade visual em OD há 2 dias. Sem antecedentes pessoais ou oftalmológicos. AV OD: 20/400; OE: 20/30. Restante do exame oftalmológico sem alterações. CV 24:2 (FOTO 1) Foi solicitada RNM que evidenciou massa medindo 2,8 x 1,8 x 2,7 cm (CC x AP x LL), com extensão suprasselar e aos seios cavernosos, onde envolvem artéria carótida interna circunferencialmente à esquerda e em cerca de 180 graus à direita. Comprime superiormente o quiasma e os nervos ópticos (notadamente à esquerda) e os segmentos A1 das artérias cerebrais anteriores. A paciente foi encaminhada para investigação com neurologista e diagnosticada com macroprolactinoma (dosagem sérica de prolactina 4237 ng/mL – VR 19-25ng/mL). Iniciou tratamento com Cabergolina 0,5mg 2 vezes na semana. Retornou após 1 mês referindo melhora da AV. AV OD: 20/20; OE: 20/20; restante do exame sem alterações. CV 24:2 (FOTO 2)
Conclusão
O prolactinoma é o tipo mais comum de adenoma pituitário em crianças e adolescentes com menos de 12 anos. Os sintomas iniciais na faixa etária peripuberal incluem cefaleia, defeito visual e baixa estatura. No caso relatado, o primeiro sintoma foi o defeito visual. Após constatação da alteração no exame de campimetria visual, foi solicitada RNM que evidenciou massa >10mm comprimindo o quiasma e nervos ópticos. Diante dos achados laboratoriais de hiperprolactinemia, foi confirmado o diagnóstico de macroprolactinoma. O tratamento de escolha para esses casos é com agonistas dopaminérgicos, que promovem controle hormonal e redução da massa tumoral. A Cabergolina é considerada a droga de primeira escolha devido à sua maior eficácia e tolerabilidade. A paciente iniciou o uso da Cabergolina e após 1 mês de tratamento, evoluiu com redução importante do tamanho do tumor e melhora significativa dos sintomas visuais evidenciada na campimetria visual.