Título

EFICACIA DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DE MANUTENÇAO EM CRIANÇA COM PAPILEDEMA SECUNDARIO A MALFORMAÇOES VASCULARES

Objetivo

discutir a relevância do tratamento medicamentoso em alternativa ao tratamento endovascular como manutenção no papiledema em criança devido a malformações vasculares.

Relato do Caso

Paciente masculino, 10 anos de idade, apresentou queixa de cefaleia crônica há 5 meses e diplopia intermitente, sem melhora com refração. Após investigação da neurologia, ele foi encaminhado à neuroftalmologia. Ao exame: Acuidade visual com correção (AVCC) Olho Direito (OD) 20/20, Olho Esquerdo (OE) 20/30P, Motricidade ocular extrínseca sem restrição, com diplopia à levoversão para longe, e metamorfopsia. Fundoscopia com edema de papila bilateral. Pupilas, biomicroscopia, exame de cor e campo visual sem alteração. Solicitado Angioressonância magnética de crânio e pescoço que demonstrou hipoplasia dos seios transverso e sigmoide direito, e estreitamento focal do seio sigmoide esquerdo (Imagem 1). A manometria liquórica revelou pressão de abertura inicial de 65mmHg. Após a retirada de 10ml de líquor, a pressão foi para 20mmHg. Iniciou-se acetazolamida 1250mg/dia para manutenção, e após 1 mês de tratamento clínico apresentou redução importante do papiledema (Imagem 2), e com melhora completa da queixa inicial. Segue em acompanhamento no serviço em remissão do quadro.

Conclusão

HIC secundária é uma causa rara de cefaleia crônica na população infantil. Deve-se investigar outras causas quando a cefaleia é refratária a medidas comportamentais e apesar da melhor correção refratométrica, tais como alterações vasculares e pseudotumor. Os inibidores da anidrase carbônica possuem uma taxa de sucesso na resolução do papiledema em casos de HIC entre 47% e 67% 1. Tratar a HIC e o papiledema é importante para preservação da qualidade da visão do nervo óptico, em especial na população mais jovem. O tratamento padrão em alterações vasculares seria a colocação de um "stent" endovascular, porém neste caso a HIC teve resolução após punção e manutenção com acetazolamida, sem a necessidade de outra conduta mais invasiva.