Código
RC007
Área Técnica
Cirurgia Refrativa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Oftalmológico Visão Laser
Autores
- BRUNO BOALENTO DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcello Novoa Colombo Barboza (Interesse Comercial: NÃO)
- Bernardo Kaplan Moscovici (Interesse Comercial: NÃO)
Título
COLIRIO DE INSULINA NO TRATAMENTO DE DEFEITO EPITELIAL EM OLHO SECO POS PRK
Objetivo
Descrever a eficácia do colírio de insulina no tratamento de defeito epitelial corneano persistente pós PRK, refratário a terapia convencional.
Relato do Caso
Feminino, 40 anos, médica. Refere baixa acuidade visual, olho seco e insatisfação a dependência de óculos. Em uso de isotretinoína 20mg/dia. Ao exame, AVcc 0,8 ambos os olhos (AO), menisco lacrimal reduzido e break-up time 7 segundos AO. Teste de Schirmer (TS): 10mm olho direito (OD) e 12mm olho esquerdo (OE). Fundoscopia sem alterações AO. Refração estática +2,00DE -0,75DC 5˚ OD e +2,00DE -0,50DC 175˚ OE. Solicitado tomografia de córnea (Pentacam), prova reumatológica, e retorno após término do uso da isotretinoína. Retorna com TS: 3 e 0 mm, prova reumatológica negativa e Pentacam sem alterações AO. Foi inserido plug lacrimal (SmartPlug-Adapt) em ponto lacrimal inferior AO, prescrito tacrolimus 0,03% (pomada oftálmica) e lcaps(Genom). Após 1 mês, TS: 15 e 10 mm. Realizado então PRK AO. Ao 6º pós operatório (PO), apresentou epitelização completa da córnea AO, sendo retirado a lente de contato terapêutica (LCT). Ao 21º PO refere desconforto AO, pior OD. Ao exame, ausência de plugs lacrimais AO e desepitelização corneana paracentral superior OD, 3mm x 3mm (foto 1). Inserido novo plug lacrimal (SuperEagle-Katena)AO e LCT OD, prescrito dexpantenol 50mg/g 1x/dia e gatifloxacino 0,3% 8/8 horas. Em 2 semanas, apesar da melhora parcial dos sintomas havia persistência de desepitelização, 2mm x 2mm OD. Prescrito colírio de insulina 1UI/ml 6/6 horas. Retornou em 15 dias assintomática, AVsc 1,0 AO e reepitelização completa OD. Retirado LCT, mantido colírio de insulina e tacrolimus, e orientado retorno para acompanhamento.
Conclusão
No relato, a formulação do colírio de insulina mostrou-se eficaz no auxílio da reepitelização corneana, com ausência de toxicidade. O estímulo a proliferação epitelial e consequente auxilio a cicatrização da córnea estão sendo demonstrados em recentes estudos, evidenciando uma potencial alternativa segura e eficaz ao tratamento convencional para defeito epitelial persistente.