Código
RC113
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)
Autores
- CRISTIANE BORBOREMA TELES (Interesse Comercial: NÃO)
- Cibele Nakahara Tangoda (Interesse Comercial: NÃO)
- Erich Juergen Klein (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LINFOMA NAO HODGKIN DE CELULAS B INDOLENTE DE GLANDULA LACRIMAL: RELATO DE CASO
Objetivo
Este relato visa apresentar um caso dramático de linfoma não Hodgkin de células B indolente de glândula lacrimal inicialmente conduzido como pseudotumor inflamatório devido à mimetização clínica e radiológica dessas patologias.
Relato do Caso
Paciente, 44 anos, feminino, previamente hígida, compareceu ao serviço de oftalmologia com quadro de aumento da glândula lacrimal associado à edema do supercilio à direita de evolução há aproximadamente 2 anos. À palpação, apresentava nodulação de consistência fibroelástica e indolor e edema mole em supercilio; À ressonância nuclear magnética de órbita, evidenciou lesão expansiva sólida de limites definidos, localizado no aspecto lateral do espaço extraconal à direita, que determina deslocamento medial do globo ocular, além de envolver a glândula lacrimal, músculos reto lateral e superior sem aparentar sinais de infiltração. Representada por hipossinal em T1, hipersinal em T2 e intenso impregnação ao gadolíneo, medindo cerca de 3,3 x 1,4 e 3,1cm. Como antecedente, apresentava tratamento prévio com corticoterapia oral sob altas doses com hipótese diagnóstica de pseudotumor inflamatório orbitário, quando apresentou resposta favorável inicial à 60mg/dia, porém retorno do quadro de edema após 42 dias. Paciente durante todo acompanhamento apresentou acuidade visual 20/20 em ambos os olhos, biomicroscopia e fundo de olho mantidos sem alterações. Realizado,então, biópsia que evidenciou infiltrado linfoide denso atípico e à imuno-histoquímica, Linfoma não Hodgkin de células B indolente, (CD5-/CD10-):Linfoma da zona marginal e painel de anticorpos Ki67, Bcl-2 e CD23 positivos. Iniciado screening sistêmico e realizado doze frações de 2gY de radioterapia locais, evoluindo após três meses de tratamento com melhora completa da lesão e não evidenciado sinais metastáticos.
Conclusão
O estudo imuno-histoquímico foi de fundamental importância para elucidação do quadro correto da paciente. Assim, a introdução do tratamento não deve ser realizado previamente à conclusão do mesmo, apesar da importância de não tardá-lo.