Sessão de Relato de Caso


Código

RC105

Área Técnica

Oculoplástica

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Fundação de Ciência e Pesquisa Maria Ione Xerez Vasconcelos (FUNCIPE)

Autores

  • JOSE RODOLFO TEIXEIRA DA CUNHA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Patrícia Sampaio Padilha (Interesse Comercial: NÃO)
  • Glaucia Regia Moura Silva Nobre (Interesse Comercial: NÃO)

Título

TUMOR DE PALPEBRA SIMULADO POR CALAZIO RECORRENTE: RELATO DE CASO

Objetivo

Destacar o desafio diagnóstico do carcinoma espinocelular (CEC) em um caso de calázio recorrente.

Relato do Caso

Homem, 28 anos, pardo, com lesão nodular, dolorosa, recorrente e refratária. Relata 4 cirurgias prévias para calázio. Ao exame, evidencia massa nodular, heterogênea, irregular, endurecida e fria em face posterior da conjuntiva tarsal superior do OE, associada a leve espessamento palpebral. Na urgência foi tratado como calázio recorrente e encaminhado ao serviço de Plástica Ocular para drenagem da lesão. No ambulatório, aventou-se hipótese de lesão suspeita. Realizado biopsia incisional e estudo histopatológico da peça. No primeiro retorno pós cirúrgico evoluiu com boa cicatrização, conjuntiva calma e córnea transparente. A microscopia descreveu: proliferação de células redondas com núcleos, dispostas em lençóis, em meio a células xantomizadas; com macrófagos e debris, lembrando aspecto de céu estrelado e focos de necrose com atividade mitótica elevada, concluindo com neoplasia de células cubóides a esclarecer. Na continuidade terapêutica, mesmo com o paciente assintomático e sem lesões suspeitas, solicitou-se himunohistoquímica da peça a qual evidenciou carcinoma de pálpebra superior compatível com carcinoma de células escamosas pouco diferenciadas e positivos para P69 e P63. Prosseguiu-se com ampliação da margem cirúrgica. O novo exame revelou: neoplasia epitelial por células escamosas atípicas, de núcleos volumosos, bizarros, com elevada atividade mitótica, dispostas em blocos sólidos, sem tender a ceratinização, concluindo tratar-se de CEC não ceratinizante com margens livres. Indicado acompanhamento periódico e investigação no serviço de córnea.

Conclusão

Destaca-se o desafio diagnóstico do tumor de pálpebra em casos de calázio recorrente. Fato que justifica a importância de se manter a alta suspeição em lesões palpebrais recorrentes, a qual permitiu, através do seguimento com anatomopatológico e himunohistoquímica, a identificação prematura do CEC em paciente previamente tratado e sem queixas ou sinais de recorrência.

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