Código
RC055
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto
Autores
- ROMULO PEREIRA DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- ROMULO PEREIRA DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- Bárbara Miorim Fonseca (Interesse Comercial: NÃO)
- Bárbara Miorim Fonseca (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcela Shinkai Soares (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcela Shinkai Soares (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE STEVEN-JOHNSON ASSOCIADO AO USO DE COLIRIO DE DORZOLAMIDA 2 %: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar uma reação cutânea grave com potencial para morbidade e mortalidade após uso de dorzolamida, colírio usado no tratamento de glaucoma.
Relato do Caso
Paciente, mulher, negra, 66 anos, que faz seguimento na Santa Casa de Ribeirão Preto devido diagnóstico de Glaucoma Primário de Ângulo Aberto, retornou ao serviço em fevereiro de 2021 com relato de surgimento insidioso de lesões pruriginosas em membros superiores, inferiores e em mucosa oral. Previamente, realizado trabeculectomia em ambos os olhos e em uso de colírio de latanoprosta há 2 anos, sendo introduzido colírio de dorzolamida a 2% em última consulta devido aumento refratário de pressão intraocular. Negou uso de outras medicações. Ao exame, em ambos os olhos: acuidade visual: 20/30 com correção. Tonometria: 18 mmHg. Biomicroscopia: hiperemia conjuntival, sem desepitelização; córnea clara, esclerose nuclear de cristalino, bolha de trabeculectomia elevada e vascularizada, iridectomia pérvia. Fundoscopia: Disco óptico róseo, bem delimitado, relação escavação/disco 0,9. Ao exame dermatológico, presença de pápulas eritematosas cutâneas e erosões na mucosa oral e labial. Solicitado avaliação da Dermatologia que realizou biópsia das lesões. O resultado foi que tais manifestações correspondiam à erupção bolhosa associada com medicamentos, corroborando para hipótese diagnóstica de Síndrome de Steven-Johnson secundário ao uso de dorzolamida. Após, optou-se por substituir tal droga por timolol, já que a paciente não apresentava contraindicação. Concomitante, após a suspensão de dorzolamida, manteve a prescrição de prednisolona oral associado à triancinolona tópica para controle das manifestações cutâneas, havendo remissão do quadro dermatológico inicial e controle da pressão intraocular.
Conclusão
Conclui-se a importância sobre o conhecimento dos possíveis efeitos adversos dos colírios hipotensores, uma vez que pouco se tem relatado na literatura casos de associação do uso de dorzolamida tópica e Síndrome de Steven-Johnson, por se tratar de uma complicação rara.