Código
RC103
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa Hospital Nossa Senhora Da Saúde (Hospital Da Gamboa)
Autores
- MARINA CAMPOS DE SOUZA FERREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Bettina Cunha Decnop (Interesse Comercial: NÃO)
- Fabiane Pereira Marques (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE BLEFAROCALASE UNILATERAL
Objetivo
Descrever o caso raro de uma mulher de 36 anos com blefarocalase unilateral, correção cirúrgica e acompanhamento.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 36 anos, apresentava ptose progressiva e episódios de edema palpebral de repetição com resolução espontânea iniciados há 17 anos em olho direito (OD). Em 2019 apresentava acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos (AO), ptose severa com excesso de pele rugosa e flácida na pálpebra superior (PS) e excesso de tarso superior no OD. Distância margem-reflexo (DMR) negativa no OD e 3,5mm no olho esquerdo (OE). Sulco palpebral de 7,0mm no OD e 9,0mm no OE. Função do músculo elevador da pálpebra superior (MEPS): 10mm no OD e 16mm no OE. Reflexo pupilar, motilidade ocular e fundoscopia normais em AO. A tomografia computadorizada de órbita e crânio sem alterações. Após investigação clínica e mediante quadro clínico sugestivo de blefarocalase, foram descartadas outras causas de ptose palpebral unilateral. Foi realizada blefaroplastia associada a reinserção do MEPS associada a biposia da PS de OD. Resultado histopatológico: discreto infiltrado linfocitário na derme e estrutura muscular sem alterações. Após a cirurgia, o eixo visual foi liberado e a DMR era de 3,0 mm no OD.
Conclusão
A síndrome de blefarocalase é uma desordem rara que, apesar de classicamente bilateral, deve ser considerada quando em sua expressão unilateral. Por não ter etiologia completamente elucidada, permanece como diagnóstico de exclusão. Se inicia na infância e adolescência com edema palpebral indolor intermitente em períodos de exacerbação e remissão. Há aumento da vascularização na área do angioedema e protrusão das bolsas palpebrais que, em fase quiescente, podem atrofiar, resultando na formação de pseudo-epicanto, rugas e adelgaçamento da pele, conferindo à pele aspecto de papel amassado. O tratamento definitivo é a blefaroplastia na fase quiescente da doença.