Código
RC092
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo
Autores
- CARLOS EDUARDO ADRIANO FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- CAROLINA DELIA AGUIAR D'ADDAZIO (Interesse Comercial: NÃO)
- ERIC PINHEIRO ANDRADE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SÍNDROME DO ÁPICE ORBITÁRIO SECUNDÁRIO A TUMOR DE ANTRO MAXILAR: RELATO DE CASO
Objetivo
RELATAR O CASO DE UM PACIENTE APRESENTANDO SÍNDROME DO ÁPICE ORBITÁRIO SECUNDÁRIO A TUMOR DE ANTRO MAXILAR
Relato do Caso
M.R., 46 anos, natural e procedente de Andradina (SP), encaminhado devido quadro de dor ocular, redução de acuidade visual e blefaroptose superior no olho direito há um mês. Acuidade visual (sem correções) foi de sem percepção luminosa no olho direito e 0,1 logMAR no olho esquerdo. À ectoscopia, blefarotose superior à direita. Motricidade ocular extrínseca ausente no olho direito e preservada no olho esquerdo. Pupilas anisocóricas, com reflexo pupilar fotomotor e consensual ausentes à direita, sem outras alterações no exame oftalmológico. Solicitado imagem de ressonância magnética (IRM) das órbitas, que evidenciou lesão expansiva no seio maxilar, com invasão de seio esfenoidal e etmoidal e seio cavernoso, associado a erosão de suas paredes, extensão da lesão para ápice da órbita direita, comprometendo musculatura ocular extrínseca. Biópsia da lesão evidenciando carcinoma de células escamosas invasivo pouco diferenciado, estadiamento T4bN0M0. Avaliado pelas equipes de oncologia, neurocirurgia e cirurgia de cabeça e pescoço, que não indicaram tratamento cirúrgico devido a extensão da lesão. Encaminhado ao serviço de quimio e radioterapia para tratamento paliativo.
Conclusão
Os tumores malignos primários do trato sinonasal são raros, e respondem por menos de 10% dos tumores de cabeça e pescoço. O seio maxilar é o segundo sítio mais comum, sendo o carcinoma de células escamosas o tipo histológico de 57-80% dos casos. A associação entre síndrome do ápice orbitário e esse tipo de tumor é rara. Assim como o paciente deste caso, os tumores de antro maxilar se apresentam já em estágio avançado na maioria dos pacientes acometidos. No presente caso, a idade do paciente está abaixo do esperado para esse tipo de tumor (55-65 anos), porém o tipo histológico é semelhante ao encontrado na maioria dos estudos publicados. O prognóstico desses pacientes é reservado na maioria dos casos.