Título

PARALISIA DE VI PAR CRANIANO ASSOCIADA A COVID-19.

Objetivo

Relatar um quadro incomum de paralisia de VI por hipertensão idiopática benigna associada a COVID-19.

Relato do Caso

Paciente masculino, 10 anos , estudante, pardo, natural e residente em Piripiri -Piauí , deu entrada no serviço de urgências com queixas de cefaléia , diplopia e desvio em olhos , de início há um mês, após quadro gripal. Traz Tomografia de crânio sem alterações. Ao exame de acuidade visual, versões e Krimsky , apresentava AV 20/20p em ambos os olhos, reflexos fotomotor direto e consensual sem alterações, esotropia de 30 DP COM HIPOFUNÇÃO DE -4 DO RETO LATERAL DIREITO E HIPOFUNÇÃO DE -3 NO RETO LATERAL ESQUERDO. A fundoscopia AO era notável a presença papiledema. Realizou Teste Rápido COVID-19 , sendo IGM e IGG positivos, exames laboratoriais sem alterações, punção lombar com alta pressão de abertura, glicose e proteínas normais , ausência de polimorfonucleares e mononucleares e sem crescimento bacteriano na cultura ; Ressonância Magnética de Crânio e Órbitas evidenciou SINAIS DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA CARACTERIZADOS POR PROEMINENCIA DO CONTEUDO LIQUORICO SOB A BAINHA DOS NERVOS OPTICOS, PROTRUSAO INTRAOCULAR DAS CABECAS DOS NERVOS OPTICOS , RETIFICAÇÃO DAS PAREDES POSTERIORES DOS GLOBOS OCULARES, SEM A IDENFITICAÇÃO DE FATOR CAUSAL. Paciente permaneceu internado , fez uso de acetazolamida 250 mg 8/8 hs e prednisona 40 mg/dia. Uma semana após internação , realizou cirurgia de derivação ventrículo-peritoneal. Atualmente permanece em acompanhamento por neurologista e oftalmologista.

Conclusão

As complicações neurológicas da infecção por SARS-CoV-2 estão cada vez mais sendo reconhecidas, por isso é importante para o oftalmologista o conhecimento das principais causas de paralisia de VI e incluir nos diagnósticos diferenciais durante a investigação etiológica , hipertensão intracraniana idiopática associada a COVID-19.