Sessão de Relato de Caso


Código

RC038

Área Técnica

Estrabismo

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Fundação Leiria de Andrade

Autores

  • MARGARIDA LUIZA MORORO CORREA CARNEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
  • Camila Salgado Coelho Evangelista (Interesse Comercial: NÃO)
  • Carolina Freitas Costa Magalhães Soares Bianchi (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ABORDAGEM DA FIBROSE GENERALIZADA DE BROWN

Objetivo

Ilustrar o resultado cirúrgico de um caso de Fibrose Generalizada de Brown (CFEOM 1), conhecida por ser um grande desafio para tratamento, mas foi conseguido resultado cirúrgico satisfatório para o desvio de grande ângulo com apenas 2 procedimentos até o momento.

Relato do Caso

Paciente feminina, 2 anos, comparece devido exotropia (XT) e posição viciosa de cabeça (PVC). Ao exame, observou-se ptose importante bilateral, elevação do mento e limitação de elevação e adução AO; XT maior que 100^. Aventou-se hipótese diagnóstica de CFEOM 1 e programou-se a cirurgia. No primeiro tempo cirúrgico, foi realizada tenectomia bilateral dos músculos retos laterais (RLs) e retos inferiores (RIs), além de sutura de tração da região perilimbar nasal à carúncula ipsilateral. No 30º dia pós-operatório, foi observada melhora na PVC além da diminuição do ângulo de desvio. Cerca de 18 meses após a primeira cirurgia, foi realizada outra abordagem com nova exploração e desinserção de RLs AO, além de tenectomia e transferência do tendão dos músculos oblíquos superiores para a região nasal superior AO. O resultado após 3 meses do segundo procedimento é considerado satisfatório, embora a paciente ainda necessite de abordagem das pálpebras devido à ptose.

Conclusão

A Fibrose Generalizada de Brown é uma anomalia congênita da musculatura extraocular (sigla em inglês CFEOM). Neste caso, trata-se da CFEOM 1. O tratamento cirúrgico desses casos é difícil e geralmente decepcionante. Pode ser realizado grande retrocesso ou tenectomia dos músculos retos laterais e retos inferiores, porém os tecidos perioculares estão adaptados à posição anterior, impedindo uma boa resposta. Neste sentido, associa-se alguma sutura de tração do bulbo ocular com a finalidade de manter o olho em adução, facilitando o remodelamento também desses tecidos. No nosso serviço, resultados mais significativos em relação ao realinhamento ocular foram obtidos após transposição e ressecção do músculo oblíquo superior, semelhante ao que é feito em paralisias de terceiro par craniano.

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