Código
RC178
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos do Paraná
Autores
- ANA LETICIA DE MORAIS ZANATTA (Interesse Comercial: NÃO)
- GUILHERME GONÇALVES ROBAINA (Interesse Comercial: NÃO)
- THAIS BETTEGA JOAQUIM (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MACULOPATIA FOTOTOXICA SOLAR
Objetivo
Relatar caso de maculopatia solar de paciente jovem que apresentou sinais e sintomas típicos ao observar um eclipse solar sem proteção adequada, atentar os profissionais para esta doença e ilustrar os achados fundoscópicos e de tomografia de coerência óptica.
Relato do Caso
A.H.M.A., feminina, 21 anos. Queixou-se de piora na acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO), afetando visão central há 2 dias. Negava dor ou outros sintomas associados. Negava comorbidades ou antecedentes oftalmológicos, além de baixa miopia corrigida com óculos. Após questionada, relatou que olhou para um eclipse solar sem proteção adequada logo antes do início do quadro. Ao exame oftalmológico, AV com correção (AVCC) em olho direto (OD) 20/50 e olho esquerdo (OE) 20/70, biomicroscopia sem alterações, normotenso em AO, à retinografia (figura 1) apresentava alteração do reflexo foveal em AO. Após suspeita diagnóstica foi solicitado tomografia de coerência óptica (OCT) que primeiramente não evidenciou alterações. O exame foi repetido, com mudança na área de abrangência (diminuição da área total do exame para que houvesse maior detalhamento), perdendo menos detalhes nos espaços entre os cortes do OCT tradicional. Realizado OCT apenas com scam da área macular (figura 2), evidenciou-se a presença de um buraco macular externo com interrupção das camadas externas da retina e zona elipsóide subfoveal, confirmando diagnóstico de maculopatia solar. No retorno houve melhora gradativa da AV, porém a paciente mantém escotoma central. Após 6 semanas a AVCC foi 20/40 AO e, após 11 semanas da exposição ao eclipse, AVCC de 20/30 parcial em OD e 20/25 parcial em OE, ainda com escotomas.
Conclusão
Por conseguinte, a anamnese é fundamental para elucidação diagnóstica nos casos de maculopatia fototóxia solar, devendo-se questionar o paciente sobre a exposição solar. Com a história e exames compatíveis, suspeitar das regiões avaliadas nos exames complementares pode ser decisivo para conclusão do caso, como visto acima.