Código
RC015
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- LARISSA LIMA MAGALHAES (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCOS TÚLIO DE SOUZA ALVES VIANA (Interesse Comercial: NÃO)
- Letícia Arriel Crepaldi (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DEGENERAÇAO MARGINAL DE TERRIEN: RELATO DE CASO DE APRESENTAÇAO ATIPICA
Objetivo
Relatar caso de paciente portador de Degeneração Marginal de Terrien de localização atípica, simulando Degeneração Marginal Pelúcida à topografia corneana.
Relato do Caso
Masculino, 64 anos, em uso de óculos multifocal, com queixa de baixa acuidade visual. À refração: olho direito(OD) +2,25 -0,75 x 90° com acuidade visual de 20/20 e olho esquerdo(OE) +2,75 -2,75 x 90° com acuidade visual de 20/20. À biomicroscopia foi evidenciada hiperemia conjuntival leve, afinamento estromal circunferencial inferior da córnea periférica, das 3 às 9 horas em ambos os olhos, em forma de crescente, com presença de depósito lipídico e área de tecido corneano preservado na separação com o limbo. O epitélio estava íntegro e notou-se, ainda, pseudopterígio na região nasal superior no OE. A Topografia da córnea apresentou OD: K1 42,09 (180º), K2 41,44 (90º); OE: K1 43,13 (166º), K2 40,22 (76º). À Tomografia de Coerência Óptica de córnea havia um afinamento da córnea na periferia inferior, confirmando a presença de epitélio intacto e adelgaçamento do estroma, com depósitos lipídicos intraestromais. Os exames laboratoriais estavam normais, sendo excluídas causas reumatológicas e infecciosas. Diante dos achados, foi estabelecido o diagnóstico de Degeneração Marginal de Terrien. Foram prescritas lentes corretivas e o paciente foi orientado sobre a natureza progressiva da doença e a importância do acompanhamento regular. O quadro oftalmológico permanece estável e, apesar do comprometimento corneano observado, decidiu-se pela conduta expectante com seguimento semestral.
Conclusão
A Degeneração Marginal de Terrien é uma ectasia corneana periférica, bilateral e rara, tipicamente localizada na região nasal superior. Neste caso, a localização atípica do afinamento no setor inferior, ocasionando alterações à topografia corneana sugestivas de Degeneração Marginal Pelúcida, reforça a importância do exame oftalmológico e da história clínica nos diagnósticos diferenciais das ectasias corneanas