Código
RC117
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Penido Burnier
Autores
- ACACIA MARIA AZEVEDO ABREU (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcio Augusto Nogueira Costa (Interesse Comercial: NÃO)
- Nilson Mello Oliveiro (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MIELOMA MULTIPLO: MESTASTE EM ORBITA
Objetivo
Relatar caso de metástase orbitária de Mieloma Múltiplo (MM), o qual é raro e pouco descrito na literatura. Destacando o quadro clínico e importância de diagnóstico precoce.
Relato do Caso
J.B. masculino, 69 anos, natural de Campinas-SP, branco. Diagnóstico prévio de MM, há 3 anos. Tratado com 24 sessões de radioterapia (RT) e 3 ciclos de quimioterapia (QT). Há 6 meses, recidiva do MM, piora de acuidade visual (AV) e diplopia em ambos os olhos (AO). Ao exame: ODV:0,3 e OEV:0,6 (c/c); Biomicroscopia AO: normal. Motililidade ocular: Paresia do músculo reto medial em OD. Fundoscopia AO: normal. TC de órbita: Lesões osteolíticas em órbita direita, acometendo região extraconal e deslocando medialmente o m. reto lateral. Lesão contralateral, tocando a musculatura extrínseca, sem deslocamento. Sem outros achados. TC crânio: Múltiplas pequenas lesões osteolíticas neoplásicas na calota craniana, predomínio em base do crânio, compatíveis com M.M. Lesão no tecido subcutâneo parietal esquerdo, 5,6X1,3cm, realçada por contraste.
Conclusão
MM é a patologia primária da medula óssea mais frequente. Acomete mais homens, após 40 anos, raça negra. Secundário ao crescimento desregulado de células plasmáticas (expansão clonal plasmocitária e produção de imunoglobulina monoclonal), gerando infecções, degradação de tecidos ósseos, renais e via hematopoiética. Formação de plasmocitomas sólidos na forma extramedular é rara, pode ocorrer no sistema esquelético superior e raramente na órbita. Os Tecidos oculares são infiltrados por células plasmáticas. Quadro clínico: proptose de progressão lenta, hiperemia, dor, piora da AV, diplopia. 1,3,4,5 Outras manifestações: depósitos corneanos, lesões vasculares retinianas6, cistos de corpo ciliar e íris, descolamento macular exsudativo. 2,3,7 Acometimento orbitário bilateral e lesões osteolíticas são raros, indicando pior prognóstico. Assim , destacamos a importância do acompanhamento oftalmológico em pacientes com mieloma múltiplo sistêmico.