Código
RC069
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Fundação de Ciência e Pesquisa Maria Ione Xerez Vasconcelos (FUNCIPE)
Autores
- PEDRO ERNESTO BEZERRA LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- PATRICIA SAMPAIO PADILHA (Interesse Comercial: NÃO)
- GLAUCIA REGIA MOURA SILVA NOBRE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
BAIXA ACUIDADE VISUAL SUBITA COMO PRIMEIRO SINAL DE ESCLEROSE MULTIPLA
Objetivo
Relatar a importância do diagnóstico precoce em casos de baixa acuidade visual por esclerose múltipla no manejo e na reabilitação visual dos pacientes
Relato do Caso
Paciente, masculino, 9 anos, chega à emergência apresentando baixa acuidade visual (BAV) em olho esquerdo (OE), evoluindo com dor à movimentação ocular 6 horas depois. Ao exame, apresentava AV 20/20 em olho direito (OD) e movimento de mãos em OE. O reflexo pupilar direto do OE estava diminuído com movimentação ocular extrínseca preservada. Biomicroscopia sem alterações. Realizou mapeamento de retina no qual foi detectado edema de papila, sendo então encaminhado para o setor terciário de referência, onde ficou internado para investigação diagnóstica. Na ressonância magnética (RM) de crânio foi evidenciado tortuosidade e hipersinal em nervo óptico esquerdo compatível com neurite óptica. Iniciado pulsoterapia com metilprednisolona e prednisona oral. Evoluiu com ausência de dor ocular e com melhora da acuidade visual para escotoma central. Posteriormente, apresentou recuperação gradual da visão. Realizou nova RM, evidenciando neurite óptica à esquerda, múltiplas lesões na substância branca encefálica, incluindo compartimento justacortical do lobo temporal direito e compartimento infratentorial. Paciente segue em acompanhamento neurológico e oftalmológico, com quadros de piora e remissão da doença, mas ainda persiste com AV preservada.
Conclusão
A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante, inflamatória, crônica, primária do sistema nervoso central(SNC), de etiologia desconhecida, na qual a mielina é alvo de um processo autoimune, com consequente perda da função neurológica. Apesar da EM afetar qualquer parte do SNC, muitos portadores desta doença apresentam como primeiro sinal o comprometimento ocular, sendo de suma importância avaliar alterações súbitas ou silenciosas na visão para o diagnóstico precoce da doença.