Título

PAPILEDEMA: INVESTIGAÇAO DIAGNOSTICA EM PACIENTE PEDIATRICA

Objetivo

Relatar caso de edema de papila bilateral em criança e sua investigação diagnóstica.

Relato do Caso

Feminino, 10 anos, IMC 26.38Kg/m², sem histórico patológico relevante, procurou serviço de urgência com queixa de vômitos, cefaleia e alterações visuais há quinze dias, foi medicada e encaminhada ao Oftalmologista para avaliação de alteração em fundo de olho. Exame oftalmológico: acuidade visual em ambos os olhos 20/20 sem correção, biomicroscopia sem alterações e fundoscopia evidenciando edema de papila bilateral. Campo visual: perda de sensibilidade difusa em olho direito e pontos periféricos temporais em olho esquerdo. Foi encaminhada para realização de Angiorressonância Magnética (angio RM) de Crânio e Órbitas com contraste que demonstrou redução volumétrica encefálica difusa e dilatação compensatória do sistema ventricular, sem tumoração ou anormalidades importantes; em seguida foi submetida à punção liquórica: manometria de 40 cmH2O. Diante da hipótese de Hipertensão Intracraniana Idiopática na faixa etária pediátrica foram afastadas etiologias endócrino-inflamatórias e vasculares através de investigação laboratorial com valores dentro da normalidade e análise da fase venosa da angio RM. Em atuação conjunta à equipe de Neuropediatria, iniciou-se tratamento com reeducação alimentar e terapia medicamentosa (Acetazolamida e Fluoxetina), evoluindo com progressiva melhora dos sintomas e regressão progressiva do edema de disco no período de cinco meses, sem sequelas visuais.

Conclusão

Uma vez afastadas causas estruturais, etiologias endócrinas e vasculares precisam ser investigadas em pacientes pediátricos com papiledema antes de assumir-se como principal hipótese a Hipertensão Intracraniana relacionada a obesidade, rara em pré púberes. A colaboração interdisciplinar e monitorização regular da função visual foram fundamentais para o desfecho satisfatório do caso.