Código
RC082
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- KARENN CECILIA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- Taís Cristina Rossett (Interesse Comercial: NÃO)
- Raul Nunes Galvarro Vianna (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PARALISIA DE VI PAR CRANIANO COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇAO DE ESCLEROSE MULTIPLA
Objetivo
Descrever caso clínico de um paciente jovem, 35 anos, que abriu quadro de esclerose múltipla com paralisia do VI par craniano como primeira manifestação clínica.
Relato do Caso
L.S.F., sexo feminino, 35 anos, apresenta-se em consulta oftalmológica com queixa de diplopia há 5 dias. Nega outros sintomas associados. Nega comorbidades. Ao exame: AV 20/20 sem correção em ambos os olhos. Biomicroscopia: Cílios e pálpebras sem alterações. Conjuntivas calmas. Reflexo fotomotor simétrico. Córneas transparentes. Exame da motilidade ocular extrínseca: Discreta redução da abdução de olho direito, sugerindo paralisia do nervo abducente à direita. RNM de crânio e órbitas: Sinais de desmielinização. Focos de hipersinal nas sequências T2 e FLAIR localizados na substância branca periventricular, denotando disseminação perivenular das lesões. Solicitada avaliação da Neurologia que estabelece o diagnóstico de Esclerose Múltipla e inicia tratamento imediatamente. Realizada pulsoterapia com metilprednisolona IV 1 g por 5 dias e na fase crônica Fingolimode 0,5 mg VO 1 vez ao dia. Realizada nova avaliação oftalmológica na qual observou-se resolução completa do quadro, com exame da motilidade ocular extrínseca dentro da normalidade e cessada queixa de diplopia.
Conclusão
A esclerose múltipla é mais comum em mulheres jovens e o acometimento ocular pode ser a primeira manifestação da doença. Embora seja incomum o acometimento de nervos cranianos, percebemos que este torna-se mais frequente em pacientes mais jovens, como a do relato em questão. A atuação em conjunto com outras especialidades e uma avaliação minuciosa do paciente são fundamentais para se chegar ao diagnóstico correto.