Título

Fragmento de fratura de osso zigomático simulando descolamento de coroide

Objetivo

Relatar um quadro trauma ocular com compressão ocular por fragmento ósseo simulando descolamento de coroide ao exame clínico.

Relato do Caso

W.S.F, 26 anos, sexo masculino, sem comorbidades e doenças oculares prévias, compareceu ao serviço de Urgência com relato de trauma ocular contuso por chute em olho direito (OD) ocorrido no dia anterior. Queixava de dor em região periorbitária lateral direita. Acuidade visual sem correção (AVSC) em OD 20/40 e 20/30 em OE. Ao exame do OD, apresentava equimose em região zigomática com lesão corto-contusa já suturada, equimose e edema 2+/4+ de pálpebras, hemorragia subconjuntival temporal inferior, sem outros achados à biomicroscopia. Pressão intra-ocular sem alterações. À fundoscopia, apresentava elevação e palidez retiniana periférica em região temporal com hemorragias intrarretinianas. Sem alterações no exame do OE. A hipótese de descolamento de coroide foi então considerada. A TC de crânio evidenciou fratura de parede lateral de órbita direita, fratura de assoalho de órbita com hemossinus, sem herniação de conteúdo orbitário. Então foi realizada Ecografia Ultrassônica do OD que evidenciou edema retiniano e compressão ocular por fragmentos ósseos na periferia temporal, sem descolamento de retina ou coroide. Devido ao edema, foi mantido corticoide tópico iniciado no primeiro atendimento e foi realizada fotocoagulação a laser cercando área de abaulamento e palidez retiniana. Devido a compressão óssea, o paciente foi encaminhado para a equipe de Bucomaxilo para reconstrução da parede lateral orbitária.

Conclusão

Diversos podem ser os desdobramentos de um trauma ocular. Alterações da coroide e retina podem ocorrer devido a lesão direta ou indireta e muitas vezes ser causadas por fatores externos, como a compressão ocular por fragmentos ósseos que simulou um descolamento de coroide à avaliação fundoscópica. Em casos de trauma, exames de imagem tornam-se de suma importância para a avaliação e o estabelecimento de diagnósticos diferenciais para o tratamento adequado do paciente.