Título

CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL RECIDIVADA APOS USO DE TESTOSTERONA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de coriorretinopatia serosa central recidivado, possivelmente precipitado pelo uso de testosterona exógena.

Relato do Caso

Paciente, sexo feminino, 45 anos, referiu metamorfopsia em olho direito(OD) há 15 dias. Relatou quadro prévio de coriorretinopatia serosa central (CSC) há um ano e meio, que evoluiu para cura espontânea. Após investigação de possíveis fatores desencadeantes, sugeriu-se estresse emocional. No episódio atual de CSC, suspeitou-se de indução pelo uso de testosterona, prescrito por médico nutrólogo há um mês. Ao exame apresentou AV 20/30 OD e 20/20 OE. Biomicroscopia: sem alterações; Fundoscopia do OD: alteração do relevo macular e OE: sem alterações. À angiografia, foram observadas 3 lesões hiperfluorescentes por vazamento, que aumentavam em intensidade e limites durante as fases circulatórias, com corrente de convexão ascendente e aspecto em “fumaça de chaminé” em uma delas, sugestivas de CSC em OD. À Tomografia de Coerência Óptica (OCT) apresentou descolamento seroso da retina neurossensorial, provocando elevação retiniana, em forma de dome-shape. Optou-se pelo tratamento com espironolactona 50 mg/dia e melatonina 3mg por se tratar de uma recidiva precoce e foram solicitados exames laboratoriais para seguimento. Paciente encontra-se em acompanhamento regular com melhora dos sintomas.

Conclusão

A CSC é uma doença caracterizada pela presença de um ou mais pontos de extravasamento de contraste ao nível do epitélio pigmentar da retina, levando ao acúmulo de líquido no pólo posterior e resultando em descolamento seroso da retina. Tem como fatores de risco o uso de esteróides exógenos, estresse, infecção, entre outros. A testosterona exógena pode aumentar o fluxo sanguíneo coroidal e a permeabilidade. As manifestações mais frequentes são as metamorfopsia, micropsia, discromatopsia, escotoma central e hipermetropização. Como ocorre a resolução espontânea na grande maioria dos casos , recomenda-se observação clínica nos 3 primeiros meses de evolução. Deve-se recomendar a redução do uso de quaisquer corticosteroides.