Código
RC059
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Autores
- CAMILA LISANDRA DANTAS DE AMORIM (Interesse Comercial: NÃO)
- DAIANE BEUTINGER (Interesse Comercial: NÃO)
- CANDICE CAROLINA DE MESQUITA COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
USO DE COLA DE CIANOACRILATO EM PACIENTE APOS TRABECULECTOMIA: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de seidel persistente após trabeculectomia e um resultado favorável com a utilização de cola de cianoacrilato.
Relato do Caso
E.T., 64 anos, masculino, branco, olho único, prótese ocular em OE, submetido a cirurgia de trabeculectomia em OD por glaucoma primário de ângulo aberto de difícil controle. A cirurgia foi realizada sem intercorrências, bem como os primeiros dias de pós-operatório. No 15º DPO apresentou ao exame oftalmológico de OD: AV de 20/200, biomicroscopia mostrando conjuntiva calma, bolha de trabeculectomia superior formada, seidel positivo, câmara anterior formada e iridectomia pérvia às 13h, à fundoscopia escavação 0,8 e notching inferior e PIO de 04mmHg em uso de corticoide tópico 6/6h e atropina 12/12h; optou-se por colocar lente de contato em OD, antibiótico tópico de 8/8h, corticoide tópico em desmame e retornos semanais. No 43º DPO após persistência do seidel com exame de biomicroscopia e PIO de OD mantidos, realizou-se cola de cianoacrilato em região perilimbar superior e colocação de lente de contato em OD, mantendo antibiótico tópico de 8/8h e retornos semanais. Paciente evoluiu sem seidel, PIO de 12 mmHg em OD e está em acompanhamento periódico.
Conclusão
A trabeculectomia é a cirurgia antiglaucomatosa padrão-ouro até hoje e o pós-operatório e o seu adequado manejo tem relação direta com o sucesso cirúrgico. O vazamento conjuntival no local da incisão (Seidel) é uma das causas de hipotonia no pós-operatório e em casos agudos pode-se utilizar lente de contato ou realizar ressutura do local de vazamento em ambiente cirúrgico; já nos casos tardios, pode-se realizar injeção de sangue autólogo na ampola, ressutura do flap escleral e ressecção definitiva da ampola. Outras intervenções incluem injeção de ácido tricloroacético, cola de cianoacrilato ou de fibrina, crioterapia, aplicação local de laser, injeção de concentrado de plaquetas e sangue autólogo. No caso relatado, a utilização de cola de cianoacrilato foi essencial para a resolução do quadro, mostrando que é uma alternativa viável em casos selecionados.