Código
RC126
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
Autores
- TAHYNE KOZIEL MASSON (Interesse Comercial: NÃO)
- THAÍS SAORIN CONTE (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO PROCIANOY (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OSTEOMIELITE, CELULITE ORBITARIA E ABCESSO SUBPERIOSTAL EM LACTENTE – RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de sinusite, celulite orbitária, abcesso subperiostal e osteomielite em paciente lactente previamente hígido.
Relato do Caso
Paciente sexo masculino, 37 dias de vida, previamente hígido, admitido na Emergência do HCPA por febre, hiperemia periorbitária e secreção amarelada no olho direito, refratários ao tratamento clínico prévio com Acetaminofeno, Tobramicina colírio, Amipicilina e Gentamicina. A tomografia computadorizada evidenciou extenso abscesso orbitário subperiosteal medial com destruição óssea associada, além de coleção na fossa pterigopalatina, espaço mastigador e cavidade nasal direita (imagem 1). Foi realizada abordagem cirúrgica com drenagem do abscesso orbitário via transcaruncular, uncinectomia e bulectomia. Houve crescimento de Staphylococcus aureus Sensível à Meticilina (MSSA) em amostras de sangue e secreção do abcesso, sendo iniciado tratamento com Oxacilina. A ressonância magnética demonstrou sinais de osteomielite maxilar direita com realce ao gadolíneo (imagem 2). Foi realizada nova abordagem cirúrgica, com drenagem de secreção purulenta via fossa nasal direita, gengiva e via percutânea em região infraorbitária lateral direita. A investigação de imunodeficiências foi negativa. O paciente evoluiu com boa resposta clínica, completando 24 dias de antibioticoterapia IV sem novas complicações locais e apresentando melhora dos parâmetros laboratoriais.
Conclusão
Osteomielite periorbitária é extremamente rara nesta faixa etária, ocorrendo mais comumente em ossos longos e tendo origem hematogênica, geralmente relacionada a procedimentos invasivos. Sinusites também são raras nesta idade, entretanto podem evoluir para quadros complicados e com prognóstico ruim se não manejadas precocemente. Staphylococcus aureus é um patógeno prevalente nestes casos, portanto sua cobertura deve ser considerada quando iniciado tratamento empírico. Abordagem terapêutica multidisciplinar com intervenções conjuntas quando necessário representam o melhor manejo nestes casos.