Sessão de Relato de Caso


Código

RC191

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Autores

  • MARIA EDUARDA MORAIS HIBNER AMARAL (Interesse Comercial: NÃO)
  • AMANDA SILVA GUIMARÃES (Interesse Comercial: NÃO)
  • THIAGO CABRAL (Interesse Comercial: NÃO)

Título

RARA PAPILITE DE JENSEN POR TOXOPLASMA GONDII NO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DA NEURORRETINITE POR TUBERCULOSE E BARTONELOSE

Objetivo

Relatar um caso de paciente com alterações oculares relacionadas à síndrome de Jensen decorrentes de toxoplasmose ocular.

Relato do Caso

Paciente masculino, 23 anos, residente de Vitória – ES, estudante de medicina, queixando-se de desconforto ocular há 1 semana e piora há 3 dias. Fez uso de pomada oftalmológica devido suspeita de conjuntivite. Veio encaminhado de outro serviço, em uso de clindamicina (alérgico a sulfa) e prednisona oral há 1 dia, sob hipótese de toxoplasmose ocular. Biomicroscopia mostrou anisocoria - pupila direita menor. Fundoscopia (FO) evidenciou neurorretinite com granuloma temporal inferior no nervo óptico e exsudação foveal OD (fig. 1A). Tomografia computadorizada ocular (OCT) indicou descolamento retiniano seroso, inflamação vítrea e retiniana intensas OD (fig. 2A). Considerando os diagnósticos diferenciais pertinentes, solicitou-se PPD e exames sorológicos para bartonelose e toxoplasmose. Nova OCT evidenciou granuloma retiniano peripapilar e coroide limpa (fig. 2C). Após uma semana, paciente alegou melhora expressiva da AV (20/40 OD). Exames laboratoriais evidenciaram IgG reativo para toxoplasmose (61,10 UI/mL), negativo para Bartonella e PPD 10mm. Nova FO revelou diminuição do edema macular e acentuação da estrela macular, com melhora da tortuosidade vascular superior temporal (fig. 1C). Após 15 dias, houve melhora da AV (20/20 OD). Constatou-se que, apesar de títulos baixos para toxoplasmose, paciente demonstrou boa resposta ao tratamento. Por isso, optou-se pela manutenção dos medicamentos até completar 30 dias. Paciente retornou após 1 mês com importante melhora da retinografia e apresentando boa AV.

Conclusão

Presumiu-se o T. gondii como agente devido ao resultado sorológico e à melhora com o tratamento para toxoplasmose. Contudo, tuberculose ocular e bartonelose são quadros semelhantes clinicamente. Diante disso, torna-se relevante o conhecimento das várias formas de apresentação clínica da toxoplasmose ocular, evitando a negligência do diagnóstico frente a apresentações atípicas.

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