Sessão de Relato de Caso


Código

RC155

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Autores

  • LIVIA RIBEIRO SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
  • LETICIA AMANDA LOUREIRO SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
  • THIAGO CABRAL (Interesse Comercial: NÃO)

Título

COROIDITE SERPIGINOSA BILATERAL NEGLIGENCIADA

Objetivo

Relatar caso de Coroidite Serpiginosa bilateral negligenciado

Relato do Caso

Paciente de 46 anos, feminino, procurou urgência oftalmológica com queixa de turvação em olho direito (OD) há 10 dias, discromatopsia e miodesopsia. Relatou quadro semelhante no olho esquerdo (OE) em 2016, tratado em outro serviço com colírio. Acuidade visual (AV) c/c 20/70 e 20/40, biomicroscopia (BIO) e pressão intraocular (PIO) normais. À fundoscopia (FO) OD com lesões branco-amareladas, mal delimitadas em arcada temporal superior (TS) e mácula. OE com lesões enegrecidas justapapilar temporal e em arcadas temporais. À tomografia de coerência óptica (OCT) OD apresentava descolamento de retina (DR) subfoveal, OE com áreas cicatriciais compatíveis com FO. Á angiofluoresceinografia (AGF) OD com nervo óptico (NO) hiperfluorescente, lesões da mácula até arcada TS com hipofluorescência precoce e hiperfluorescência tardia nas bordas. Em OE, NO com halo hiperfluorescente, lesões de hipofluorescência central e halo hiperfluorescente nas arcadas temporais. Rastreio infeccioso e provas reumatológicas estavam dentro da normalidade. Caso diagnosticado como Coroidite Serpiginosa bilateral, negligenciado OE em 2016. Realizada pulsoterapia e imunossupressão oral com prednisona e azatioprina. Após 26 dias, apresentava AV c/c 20/25 AO, BIO e PIO normais. FO OD com lesões puntiformes pigmentadas em mácula e hipopigmentadas na arcada TS, OE mantido. OCT OD sem DR. Iniciada redução da prednisona e aumento da azatioprina. Após 2 meses, AGF AO com múltiplas lesões em mácula de hipofluorescência central e halo hiperfluorescente, cicatriciais. Após nove meses de imunossupressão oral manteve estabilidade do quadro.

Conclusão

Trata-se de patologia inflamatória rara, recorrente e progressiva, idiopática, que acomete EPR, coriocapilar e coroide. Quadro potencialmente grave necessita de diagnóstico precoce com imunossupressão para controle e prevenção de recorrência. Caso negligenciado no primeiro episódio em OE, podendo acometimento bilateral ter sido evitado se diagnosticado neste momento.

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