Título

USO DA TERAPIA FOTODINAMICA COM ROSA BENGALA E LUZ VERDE EM CERATITES BACTERIANAS GRAVES

Objetivo

Reportar nossa experiência com terapia fotodinâmica com rosa bengala 0,1% e luz verde (RB-PDAT) adjuvante ao tratamento de ceratites bacterianas graves e resistentes ao tratamento clínico convencional.

Método

Série de casos retrospectiva de 6 pacientes submetidos a RB-PDAT de novembro/2019 a dezembro/2020, na EPM/Unifesp. Os critérios de inclusão foram (1) baixa aderência ao tratamento clínico; (2) evidência de doença progressiva a despeito do tratamento convencional por 14 dias e (3) iminência de perfuração. Todos os pacientes foram avaliados quanto ao agente etiológico, o tempo de medicação usado previamente à Rb-PDAT, à profundidade da infecção medida por AS-OCT e o tempo até resolução da infecção após o procedimento.

Resultado

Dos 6 pacientes tratados, 4 eram Gram-positivos (Staphylococcus aureus multi-R, Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus epidermidis) e 2 Gram-negativos (Moraxella spp e Pseudomonas aeruginosa). A profundidade da infecção avaliada por AS-OCT foi em média 416,5,8±172,16 com espessura corneana média de 593,33±241,04. 2 pacientes (Staphylococcus aureus multi-R e Staphylococcus aureus) apresentavam afinamento corneano importante (média de 259), com iminência de perfuração, enquanto outros 3 pacientes apresentam edema corneano e 1 tinha espessura corneana normal (554micra). O tempo médio de medicação usada previamente à RB-PDAT foi de 14,33±8,37 dias, levando um tempo médio de 40,67±29,92 dias até a resolução completa da infecção.

Conclusão

A terapia fotodinâmica com rosa bengala e luz verde pode ser considerada em casos de ceratites bacterianas graves irresponsivas ao tratamento convencional, a fim de evitar o transplante terapêutico e sua aplicação pode acontecer mesmo em casos de afinamento corneano.